No mundo manifesto, onde estamos vivendo, o céu acima de nós é onde está concentrado o Yang, e a terra sob os nossos pés é onde está concentrado o Yin. O Yin flui de onde está em abundância para onde está em falta, assim o Yin sobe da terra para o céu. O Yang faz o mesmo – flui de onde está abundante para onde está em falta, logo, flui do céu para a terra.
No corpo humano, o face ventral é Yin, e a face dorsal é Yang. Os canais Yin de energia estão na frente do seu corpo, e os canais Yang estão na costas. Assim, os canais Yin tem a numeração dos seus pontos crescendo de baixo para cima. Repare que a posição anatômica chinesa é com os braços acima da cabeça. A numeração segue a direção do fluxo do Yang Qi vindo do céu, e do Yin Qi vindo da terra, e o homem é um canal de passagem entre o céu e a terra, imerso no Macrocosmo. O homem está dentro do mundo das dez mil coisas, sujeito à passagem do tempo e à influência do céu e da terra.
Antes da criação, antes da existência do céu e da terra, ou seja, antes da existência do mundo manifesto, Yin e Yang eram, embora inseparáveis, claramente distintos. Para retornarmos ao estado primordial de identificação com o Dao, precisamos fazer o caminho inverso ao da criação do mundo – começando das dez mil coisas, precisamos distinguir claramente o Yin e o Yang, e considerar o ser humano antes da influência da troca do Yang Qi e o Yin Qi pelo céu e pela terra. Precisamos então ver o ser humano como um microcosmo em si mesmo, e é por isto que a prática de meditação Taoísta também é chamada de Órbita Microcósmica, ou de pequena circulação da luz: porque o ser humano é visto como um pequeno universo, um pequeno cosmos em si mesmo, como antes do nascimento.
É preciso então reverter a circulação da energia que existe no mundo manifesto, e criar uma circulação autônoma, que obedeça às características intrínsecas do Yin e Yang. Como as costas são Yang e o ventre é Yin, e o Yang é leve e o Yin é pesado, a energia deve subir pela face dorsal e descer pela face ventral. É por este motivo que a Órbita Microcósmica preconiza a subida do Qi pelo Dumai, o canal do meio das costas, e a descida pelo Renmai, o canal no meio do ventre.