É impossível ensinar a habilidade. Só se pode ensinar o caminho.Chen Yingjun
Chen Yingjun disse-me isto recentemente, quando conversávamos sobre ensinar Taijiquan (Tai Chi Chuan). É curioso que a concepção do senso comum seja de que vai-se a uma aula para receber conhecimento. Eu acredito esta visão derive da nossa cultura de consumo – seria como se alguém pudesse comprar o conhecimento. Na verdade, este é o modelo de transmissão de conhecimento que vigora no sistema educacional formal. É valorizada a aparência (falsa) de que basta ir à aula, e pagar a mensalidade, para “formar-se” em alguma coisa.
Numa arte tradicional, simplesmente não é assim que funciona. Independente da sua existência formal, o saber é transmitido dentro de uma relação mestre-discípulo (já escrevemos que existem poucos mestres de Taijiquan (Tai Chi Chuan) no mundo, mas aqui não estamos nos referindo ao grau de qualificação de quem ensina, e sim ao modo de transmissão). Não se vai a uma aula de Taijiquan (Tai Chi Chuan) para receber um conhecimento, mas para aprender a treinar.
Ensina-se o modo como o saber será cultivado. Ensina-se como praticar. Só é possível apontar a direção do caminho, e ajudar a corrigir os desvios, mas é pela prática dedicada que um saber novo acerca da arte pode ser alcançado. Por isto o Taijiquan (Tai Chi Chuan) é uma arte de princípios, e não de técnicas.